Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:
estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
Essa afirmação está incorreta porque Aristóteles não defendia uma cidadania aberta a todos os habitantes da pólis. Em vez disso, ele acreditava que apenas aqueles com tempo e condições para se dedicarem às atividades políticas, que não precisavam trabalhar em funções manuais ou de negócios, podiam exercer a cidadania plena. Portanto, a cidadania na visão de Aristóteles não era democrática como a entendemos hoje, mas restrita a um grupo seleto de cidadãos.
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tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
Aristóteles realmente acreditava que a justiça era uma virtude essencial na vida política, mas a afirmação de que o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado exclusivamente às atividades dos tribunais é incorreta. Ele entendia que o tempo livre deveria ser usado para o desenvolvimento de virtudes cívicas e para a participação em diversas atividades políticas, não apenas nos tribunais.
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era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
A afirmação é correta nesse sentido, pois Aristóteles acreditava que a cidadania era adequada aos grupos superiores da sociedade que não precisavam se envolver em trabalhos manuais. Ele via a sociedade de forma hierarquizada, onde aqueles que podiam se dedicar às artes e à política eram os mais adequados para exercer a cidadania plena, reforçando a visão hierárquica de sua época.
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possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
Essa afirmação está incorreta porque mistura conceitos contemporâneos com a realidade da época de Aristóteles. Embora hoje possamos criticar a ideia de políticos ociosos enquanto outras pessoas trabalham, Aristóteles considerava o tempo livre essencial para a prática da política e desenvolvimento de virtudes, não se referindo à ociosidade no sentido negativo como entendemos hoje, mas sim à necessidade de dedicação plena à vida política e filosófica.
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vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.
Essa afirmação está correta. Aristóteles entendia que a cidadania era, de fato, algo restrito àqueles que tinham o tempo e os meios para se dedicarem à vida política da cidade. Ele acreditava que aqueles envolvidos em trabalho manual ou negócios estavam em uma posição que não permitia o desenvolvimento das virtudes necessárias para um bom cidadão. Isso fazia com que a participação política fosse reservada a um grupo específico com tempo livre, aspecto característico da cidadania ateniense na época.
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O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na
inércia do julgamento de crimes polêmicos.
A inércia no julgamento de crimes polêmicos não é uma ideia defendida por Maquiavel. Pelo contrário, ele defende a ação proativa do príncipe para evitar distúrbios que possam ameaçar a estabilidade e a paz social. Maquiavel acredita que medidas rigorosas podem às vezes ser necessárias e que a indecisão ou a hesitação podem prejudicar o governo.
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neutralidade diante da condenação dos servos.
A neutralidade diante da condenação dos servos não se alinha com as ideias de Maquiavel sobre o governo. Ele defende que o governante deve ser ativo e eficaz, e a neutralidade poderia ser vista como uma forma de inação ou indiferença que poderia ameaçar a estabilidade do estado. Maquiavel acredita que a tomada de decisões firmes é crucial para evitar o caos e a desordem.
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compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
Essa opção menciona a compaixão em relação às transgressões religiosas, mas isso não representa a principal visão de Maquiavel sobre a manutenção da ordem social. Maquiavel não prioriza a compaixão como ferramenta de governo; na verdade, ele discute como, às vezes, a força e a severidade são necessárias para manter o controle e a lealdade do povo. Seu argumento central é que o governante deve estar mais focado na estabilidade e na eficácia do governo do que na moralidade pessoal.
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bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
Maquiavel não se concentra especificamente na bondade em relação aos mercenários como uma forma de manter a ordem social. Embora ele discuta o uso de exércitos mercenários, sua preocupação central é a eficiência e a eficácia, não a bondade. Ele até critica o uso exclusivo de mercenários, pois os considera menos confiáveis do que tropas formadas por cidadãos do próprio estado.
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conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.
Esta é a resposta correta. Maquiavel sugere que a moralidade do príncipe pode ser distinta dos valores morais tradicionais. Ele argumenta que, para manter a ordem social e a estabilidade, o governante pode precisar adotar medidas que, à primeira vista, pareçam tirânicas, mas que na prática são necessárias para a preservação do estado. O poder e a autoridade muitas vezes precisam ser exercidos de maneiras que não correspondem às normas de bondade ou compaixão individuais, mas sim às necessidades do governo.
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A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política. CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como
mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
Aqui, é afirmado que a ética é um mecanismo de criação de direitos humanos porque os seres humanos são naturalmente éticos e virtuosos. Esta visão romântica sobre a natureza humana é controversa. Os direitos humanos se desenvolveram através de lutas históricas e debates morais, não simplesmente pela natureza ética inata dos seres humanos. Além disso, a ética é mais um guia para como devemos agir, do que algo que ocorre naturalmente.
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meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
A afirmação propõe que a ética é um meio para resolver conflitos sociais no cenário da globalização. Embora a ética desempenhe um papel crucial na gestão de conflitos e na cooperação internacional, dizer que a política se realiza apenas pelo entendimento da ética é simplificar demais essa relação. A política envolve uma série de fatores, incluindo interesses econômicos, poder, e negociações diplomáticas, que nem sempre seguem princípios éticos.
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instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.
Esta alternativa sugere que a ética é um instrumento que garante a cidadania, permitindo que as pessoas pensem e ajam conforme valores coletivos. Isso está correto, pois a ética, ao promover valores coletivos e responsabilidades sociais, reforça a participação cidadã e a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
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aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.
A ideia de aceitação de valores universais implícitos é problemática, pois ignora as diferenças culturais e sociais que moldam diferentes conceitos de ética ao redor do mundo. A ética não é algo fixo ou universal; ao contrário, é algo que deve ser rediscutido e reinventado conforme as exigências sociais e os contextos diversos, como indicado no texto.
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parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos.
Essa proposição sugere que a ética assegura o exercício político baseado em interesses e ações privadas. No entanto, a ética, conforme discutido no texto, busca promover o bem comum e a responsabilidade coletiva, ao invés de focar nos interesses privados. Portanto, esta é uma compreensão equivocada da relação entre ética e política.
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Democracia: “regime político no qual a soberania é
exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.” JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo
restringir a atuação do Parlamento.
Essa alternativa está incorreta. Restringir a atuação do Parlamento significa reduzir a capacidade de uma das instituições fundamentais da democracia de atuar como um controle sobre o poder do Executivo. Isso enfraqueceria a democracia e potencialmente abriria espaço para o despotismo, pois diminuiria os cheques e balanços necessários para manter o poder equilibrado.
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combater a distribuição equilibrada de poder.
Esta alternativa está incorreta. Combater a distribuição equilibrada de poder significa que mais poder seria concentrado em poucas pessoas ou instituições, e isso vai contra o princípio democrático de dividir o poder como uma forma de evitar o despotismo. Em um regime democrático, a distribuição equilibrada de poder é precisamente o que impede que uma única entidade ou pessoa ganhe controle absoluto.
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impedir a contratação de familiares para o serviço público.
Esta alternativa está correta em termos de boas práticas de governança, mas não se relaciona diretamente com o objetivo de prevenir o despotismo. A contratação de familiares no serviço público pode levar ao nepotismo, o que certamente é um problema ético e administrativo, mas não quer dizer que leve diretamente ao governo autoritário ou ao despotismo.
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reduzir a ação das instituições constitucionais.
Essa alternativa está incorreta. Em uma democracia saudável, as instituições constitucionais, como o Judiciário, o Congresso e outras agências de governo, têm papéis essenciais para garantir que o poder não seja concentrado em um líder autoritário. Reduzir a ação dessas instituições poderia enfraquecer o sistema de freios e contrapesos, o que na verdade aumenta o risco de despotismo.
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evitar a escolha de governantes autoritários.
Essa alternativa está correta. Uma maneira de evitar o despotismo em um regime democrático é impedir a escolha de governantes autoritários. Em uma democracia, isso geralmente é feito através de eleições livres e justas onde o povo tem a possibilidade de escolher candidatos que respeitem as normas democráticas e os direitos individuais.
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Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si. SEVERINO. A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado)
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta
a sistematização de valores desassociados da cultura.
Esta alternativa está incorreta. O texto não fala sobre a sistematização de valores desassociados da cultura, mas sim enfatiza a interação da ética com a política e como as ações éticas estão intimamente relacionadas com o contexto social e cultural em que se vive.
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o valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
Este ponto está incorreto. A questão é que o texto mostra que a ética na sociedade contemporânea não está isolada em preceitos metafísicos abstratos. Em vez disso, ela é relacionada à história, à sociedade e à política. Assim, o texto enfatiza mais como a ética é vivida no concreto das relações sociais.
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o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos democraticamente.
Esta afirmação está incorreta. O texto não se refere ao julgamento de ações éticas por políticos eleitos, mas sim a como as ações éticas têm uma dimensão social e política, envolvendo toda a coletividade e não apenas as figuras políticas em cargos. Está mais ligado à ideia de que as ações são avaliadas no contexto social mais amplo, não exclusivamente por políticos ou dentro de instituições políticas formais.
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o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
Esta está correta. O texto ressalta que na sociedade contemporânea a ética se entrelaça com a política, o que significa que o valor das ações humanas está relacionado ao seu impacto e ao sentido coletivo e político dentro das relações sociais. Ou seja, ações individuais são vistas e avaliadas em um contexto social mais amplo.
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os conteúdos éticos decorrentes das ideologias político-partidárias.
Esta afirmação também está incorreta. O texto não fala que a ética surge das ideologias político-partidárias. Ao contrário, ele menciona que a ética se entrelaça com a política no sentido dos valores sociais e coletivos, não especificamente de ideologias ou questões partidárias.
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